Páscoa dos judeus no Antigo Testamento (o que diz a Bíblia)

Marcelo Teixeira Mallet
Marcelo Teixeira Mallet
Pastor Batista

A Páscoa judaica é a celebração do êxodo do Egito. Deus instituiu essa celebração para lembrar o livramento da escravidão.

Seguindo a Lei de Moisés, no Antigo Testamento, famílias judaicas até hoje se reúnem para celebrar a Páscoa.

A primeira Páscoa

A primeira Páscoa aconteceu na noite em que os israelitas saíram do Egito. Depois de nove pragas, faraó ainda se recusava libertar o povo de Israel da escravidão. Por isso, Deus avisou que a décima praga seria a morte do primeiro filho de todas as famílias do Egito. Ninguém escaparia, nem mesmo a casa do faraó (Êxodo 11:4-6).

Para não sofrerem o castigo dos egípcios, cada família israelita deveria sacrificar um cordeiro, como um resgate do filho mais velho, e colocar o sangue do cordeiro na viga superior e nas laterais das portas das casas. Quando o anjo da morte visse o sangue na porta, passaria por cima da casa sem tirar uma vida (Êxodo 12:21-23). A palavra Páscoa, no original hebraico, significa “passar por cima”.

Os israelitas fizeram o que Deus mandou e nessa noite comeram o cordeiro assado com ervas amargas e pães sem fermento, porque não tinham tempo para deixar o pão levedar. Todos jantaram com pressa, com calçados nos pés e prontos para partir em qualquer momento (Êxodo 12:8-11).

Deus cumpriu o que dissera. Todas as famílias egípcias perderam um filho, mas os israelitas não foram atingidos, devido ao sangue nas portas. Nessa mesma noite, faraó permitiu que os israelitas fossem embora e eles saíram vitoriosos!

A celebração judaica

Para lembrar essa primeira Páscoa, Deus instituiu uma festa que deveria ser celebrada todos os anos na mesma época. Os israelitas se reuniam no templo e cada família oferecia um cordeiro sem defeito a Deus. Após o matar, levavam o cordeiro para casa, para o jantar.

No jantar de Páscoa, os israelitas comiam o cordeiro assado, como seus antepassados fizeram no Egito. Eles também comiam pão sem fermento, em memória da saída apressada do Egito.

Durante a semana da Páscoa, todo produto com fermento deveria ser tirado das casas israelitas. Além desses alimentos, eles também comiam ervas amargas, para lembrar como a vida no Egito era amarga (Deuteronômio 16:2-4).

Os pais tinham a responsabilidade de explicar aos filhos o significado da Páscoa e de cada elemento da refeição (Êxodo 12:25-27). Assim, todos os judeus, de geração em geração, lembrariam do grande livramento de Deus!

Hoje em dia, a Páscoa ainda é celebrada pelos judeus, mas sem o sacrifício de um cordeiro, porque não existe mais um templo onde podem realizar o sacrifício.

Com vários outros elementos acrescentados pela tradição, os judeus celebram a refeição da Páscoa em memória da libertação da escravidão.

A nova Páscoa

A Páscoa judaica apontava para uma obra ainda maior que Deus iria fazer. O livramento do Egito era um sinal do livramento espiritual que Ele iria oferecer a todos os que creem.

Jesus foi crucificado durante a festa da Páscoa judaica. Assim como o sangue do cordeiro poupou a vida do primeiro filho de cada família judaica, o sangue de Jesus nos livra da morte e da condenação eterna!

O pão sinalizava o corpo de Jesus, oferecido por nós, e o fermento representava o pecado, tirado de nossas vidas por seu sacrifício (1 Coríntios 5:7-8). As ervas amargas e a escravidão no Egito mostram como a vida sem Deus é ruim, porque ficamos escravizados pelo pecado. No entanto, pelo grande sacrifício de Jesus, agora podemos ser livres!

Como cristãos, não precisamos mais celebrar a Páscoa judaica, da mesma forma que os judeus faziam. Porém, é muito importante lembrar da morte e ressurreição de Jesus, que nos libertou da escravidão do pecado.

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Marcelo Teixeira Mallet
Marcelo Teixeira Mallet
Bacharel em Teologia com ênfase em Teologia Histórico-Sistemática e Aconselhamento pelo Seminário Teológico de Gramado (RS, Brasil) e Mestrando em Estudos Teológicos pelo Seminário Teológico Baptista de Lisboa (Portugal). Pastor batista desde fevereiro de 1994.