Arca da Aliança (o que tinha dentro e seu significado espiritual)

A Arca da Aliança era uma caixa que representava a aliança e a presença de Deus no meio do Seu povo. Através desse objeto, Deus se revelava ao povo. A Arca era onde se guardavam os Dez Mandamentos e era um símbolo muito importante para os judeus. Hoje em dia não precisamos mais da Arca da Aliança para estar na presença de Deus.

Como era a Arca da Aliança

A Arca da Aliança foi construída segundo as medidas e os detalhes que Deus concedeu a Moisés e era parte central do Tabernáculo (Êxodo 25).

A Arca da Aliança era um baú retangular feito de madeira de acácia e revestido por dentro e por fora de ouro puro. Tinha 1 metro e 10 centímetros (2,5 côvados) de comprimento e 70 centímetros (1,5 côvados) de largura e altura. Seus lados tinham uma moldura de ouro puro à volta (Êxodo 25:10-11). A tampa da Arca era de ouro e tinha dois querubins virados um para o outro, cujas asas cobriam a tampa (Êxodo 25:17-20).

O que tinha dentro da Arca da Aliança

  1. as duas tábuas com a inscrição dos Dez Mandamentos, representando a Lei de Deus;
  2. um vaso com maná, representando a provisão de Deus;
  3. a vara de Arão que floresceu, como aviso contra a rebeldia.

Arca

O que a Arca da Aliança representava

A Arca da Aliança servia para lembrar o povo que Deus estava presente entre eles. Também era um memorial para os descendentes de Israel saberem do que Deus havia feito no passado com seus pais. Contudo, a Arca em si não tinha poder nenhum, era apenas um símbolo. Quando as pessoas pensavam na Arca, lembravam de Deus, de Sua glória, de Seus mandamentos e de Sua provisão.

A Arca também representava a pureza de Deus. Quem tocasse na Arca indevidamente morreria (1 Samuel 6:19-20). Nada impuro podia entrar na presença de Deus.

A Arca da Aliança desapareceu, provavelmente no tempo em que Jerusalém foi destruída pelos babilônios. Hoje não precisamos mais da Arca (Jeremias 3:16-17), porque agora a lei de Deus está escrita no coração de quem aceita Jesus como salvador. Jesus nos purificou dos pecados e podemos andar continuamente na presença de Deus. Vivemos sob a Nova Aliança, em Jesus Cristo.

História da Arca da Aliança

A primeira menção da Arca da Aliança está no livro de Êxodo. Moisés é quem dá as instruções para a sua construção, pois recebeu orientações do próprio Senhor, e quem construiu foi Bazalel, no Monte Sinai. A descrição detalhada está no capítulo 25 de Êxodo.

A Arca era transportada em expedições militares de Israel, como forma de carregar a proteção de Deus. Dessa forma, em 1 Samuel 4, é relatado uma batalha entre os israelitas e os filisteus, em que os israelitas levaram para a batalha a Arca da Aliança, de forma a trazer o poder e a proteção do Senhor. Porém, a batalha não foi como planejada, e eles perderam o combate e a Arca.

Enquanto a Arca esteve sob domínio dos Filisteus, eles sofreram diversos infortúnios. O texto bíblico diz que a mão do Senhor estava pesando sobre eles, de forma que os ídolos deles foram quebrados, doenças e pânico se alastraram. A solução dos filisteus foi, simplesmente, devolver a Arca aos israelitas.

Quando Davi se tornou rei, estabeleceu Jerusalém como a capital do reino de Israel e nomeou a fortaleza do rei de Cidade de Davi. Após vitórias militares, Davi decide levar a Arca da Aliança para a Cidade de Davi. Uma caravana militar foi montada para escoltar a Arca de Baalá para Jerusalém, porém a Arca ficou parada na casa de Obede-Edom, em Gate, após o Senhor matar Uzá quando ele tocou indevidamente na Arca.

Ao ver que a casa de Obede-Edom estava sendo abençoada por Deus, Davi retomou a escolta para Jerusalém. Para evitar a ira de Deus, diversos sacrifícios e louvores estavam sendo executados, desde Gate até Jerusalém.

Haviam outros nomes para a Arca tais como:

  • Arca do Concerto, Arca do Testemunho (Êxodo 25:22);
  • Arca do Senhor (1 Samuel 4:6);
  • Arca de Deus (1 Samuel 4:18)
  • Arca da Aliança (Josué 3:6).

A Arca da Aliança e o passado

Esse mobiliário fazia lembrar a Lei, a santidade e soberania de Deus no meio do povo. Anteriormente, quando Israel estava em êxodo do Egito para a terra prometida, a presença do Senhor no meio deles era representada pela coluna de nuvem, de dia, e a coluna de fogo, durante a noite. Essa nuvem e fogo simbolizavam que Deus os direcionava, protegia e cuidava pelo caminho. A presença milagrosa de Deus era perceptível por todos, era um sinal da bondade de Deus e da Sua habitação (Shekiná, no hebraico) no meio de Seus filhos.

Depois, com a fixação do lugar de adoração no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo, a Arca da Aliança passou a ser a referência da presença divina, tal como a nuvem e coluna de fogo que acompanhava o povo na sua jornada. A Arca continha no seu interior "lembretes" importantes. O povo escolhido por Deus tem a necessidade de voltar-se para Deus plenamente, em amor, confiança e santificação.

Como a Arca apontava para Cristo

Em Hebreus 8:5, percebemos que a Arca, o tabernáculo e outros elementos da Lei eram uma "sombra", ou uma "cópia", das coisas celestiais. Sendo assim, de que forma a Arca poderia apontar para as coisas celestiais? Como Jesus era representado por ela? Da seguinte forma:

  • a Arca manifestava a glória de Deus, como Cristo foi manifestado em carne (1 Timóteo 3:16)
  • a Arca mostrava a comunhão de Deus com o povo, como Cristo esteve em comunhão também
  • a santidade de Deus, como Cristo é santo
  • a presença (habitação) do Senhor junto do Seu povo, Cristo habitou entre nós (João 1:14)
  • a proteção de Deus, como Jesus nos protege
  • a purificação e perdão dos pecados do povo, como o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29)
  • a necessidade de resgate e restauração do povo para caminhar com o Senhor
  • a glória do Reino de Deus, como Cristo em nós é a esperança da Glória (Colossenses 1:27)

Como era transportada a Arca da Aliança e quem podia tocar na Arca

A prática comum dos filisteus era transportar numa carruagem, mas a arca não poderia e deveria ser transportada assim (1 Crônicas 13:9-10). Ela foi transportada sobre os ombros dos homens (levitas) da família de Coate (Êxodo 25:12-14; Números 4:15; Números 7:9).

Além de ser levita, tinha que ser levita desta família, pois apenas eles poderiam transportar a Arca da Aliança e foi Davi quem designou os sacerdotes que iram transportar a Arca do Senhor (1 Crônicas 15:11-14). Um homem chamado Uzá foi ferido e morreu por ter tocado na Arca (1 Crônicas 13:10).

Nos quatro pés da Arca havia quatro argolas para segurar duas varas de madeira revestidas de ouro. Essas varas serviam para transportar a Arca sem tocar nela. Antes de ser transportada, os sacerdotes cobriam a Arca com couro e com um pano azul (Números 4:5). Apenas os levitas do clã de Coate podiam carregar a Arca.

A Arca ficava guardada em uma ala especial do Tabernáculo, que era o Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos. Ninguém podia entrar nessa sala, exceto o sumo sacerdote uma vez por ano, para oferecer sacrifícios pelos pecados de Israel. Mais tarde, a Arca da Aliança ficou no Lugar Santíssimo do templo que Salomão construiu (1 Reis 8:6-7), separada por um véu de uma outra sala chamada Santo Lugar.

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